sexta-feira, 20 de julho de 2007

És tu

Poderia ser qualquer pessoa, qualquer um que se cruzasse no meu caminho e me fizesse ficar com as pernas bambas e a barriga ás borboletas. Podia ser o rapaz que me trás o correio, pela manhã, entregando-me cartas e bilhetes para assinar. Podia ser o outro do café, que me olha com olhinhos de carneiro mal morto e elogia o meu vestido, o meu cabelo e os meus olhos. Podia ser aquele, por quem tenho grande apreço e simpatia, e sei que sempre teve um fraquinho por mim. Mas não é. Não é o rapaz do correio, nem o do café, nem o pretendente de sempre. Por mais absurdo que seja, és tu.
És aquele que faz o meu pensamento sorrir sozinho, que me faz rir á gargalhada como se numa sessão de circo me encontrasse e a palhaça de serviço fosse eu, que me faz tremer as pernas e me dá borboletas na barriga, que por mais que as mande passear, as teimosas não voam.
És o pensamento do sempre e a realidade constante do nunca. És a esperança e a falta dela. És o caminho cheio de luz e a inquietação preocupante que alguém a apague.
Poderia ser um qualquer, mas não. És tu.

2 comentários:

Tiago Ramos disse...

É. São sempre os "alguém" inesperados.
Bonito texto, como sempre.

Quanto ao meu texto, talvez seja mais desesperado, que triste. São momentos. Sei que o tempo não pode fazer tudo, mas neste caso talvez seja o único.

Quanto ao tema VERÃO, pode ser muito geral. O que tu achas dessa estação do ano, o que é para ti o Verão, como reages, como olhas para as pessoas... etc..

Patricia disse...

Força... eu sei que a tens. Pensa que qdo menos esperares as coisas podem mudar. Está tudo na esperança...


:)

Vou fazer o texto para a semana que vem, sobre o Verão. *