quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Indefinido

"Apetecia-me inundar a tua vida de sonhos, apetecia-me cobrir-te de livros, filmes e outros presentes que te enchessem de mim, mas controlei-me como pude, porque já aprendi que não podemos dar mais aos outros do que eles estão habituados a receber."



Apetecia-me abrir a janela e gritar o teu nome na esperança que me ouvisses e viesses ao meu encontro sempre que preciso de te ver. Ás vezes chego a pensar que preciso sempre de te ver, por isso, ao invés da incógnita de chamar o teu nome, faço outra coisa... Algo que sei que acontece sempre. Dizem que ando muitas vezes com os olhos fechados, mas... não sei como nem porquê, de olhos fechados, vejo-te sempre. A primeira vez foi um choque, pensei que fosse algum tipo de bruxaria e que um espírito maligno tinha entrado em mim para me enlouquecer, ou talvez que fosse alguém com poderes sobrenaturais, mas quando senti o brilho nos meus olhos após ter visto a tua imagem esqueci todas os espíritos e bruxas da vida e sorri por ter conseguido arranjar uma forma de te ver quando não estás ao meu lado... E é tão simples, basta fechar os meus olhos. Podia ter o nome que quisesse, o que importava? O importante era ver-te.
Hoje estou aqui sentada, a escrever para ti e por ti e, claro, á espera de ti. Apesar de saber que não vens, continuo a esperar por ti porque não consigo parar de o fazer, é uma força que me faz viver. Apesar de saber que não respiras o mesmo ar que eu, continuarei á tua espera porque já não consigo libertar-me da magia que fizeste comigo... Talvez seja a mesma que me faz ver-te quando fecho os olhos. Talvez eu tenha mesmo poderes sobrenaturais, ou talvez seja bruxaria, ou então és tu quem tem poderes de magia e escolheste-me como cobaia, não sei. Neste circo da vida aprendi que todos os truques são permitidos. Não quero arranjar um nome para o que sinto, não sei se é magia, ilusão, sonho ou delírio, sei que tem um gosto a doce de morango com molho de chocolate e isso chega para me pôr água na boca.
Gostava de parar de pensar em ti, de deixar de sentir-te, de deixar de te levar comigo para qualquer lugar, de tirar-te de dentro dos meus olhos para conseguir dormir sem ter de ver os teus, de te expulsar de mim... Mas, em momentos como estes em que fico parada no tempo a pensar em ti, a vontade de te querer é bem mais forte da que me faz abrir mão de ti. Magia, novamente, é mais forte que eu e do que todos os pensamentos realistas que vão sobrevivendo dentro de mim a muito custo.
Não estou nos meus dias para te falar dos meus sentimentos nem sei se haverá um bom dia para te falar sobre isto. Todos os dias deveriam ser bons quando se trata de expressar emoções verdadeiras, mas para mim, este dia tem demorado mais a passar do que os outros porque quando não estás comigo todos os segundos parecem uma eternidade. A tua ausência sufoca-me a alma e não deixa que as palavras certas se soltem. Saem apenas as erradas... aquelas que não quero dizer, que não quero mostrar, que não deixam filtrar-se e escorregam-se-me por entre os dedos.
Deves estar cansado de ver tanta letra e eu também estou cansada... Cansada de ter os olhos abertos e não te conseguir ver. Vou aconchegar-me nos lençois, pôr a cabeça na almofada e esperar que a magia dos olhos fechados te faça encontrar-te comigo para descobrires como é doce este sentimento que, por magia, me faz ver-te.

1 comentário:

Anónimo disse...

Texto liiiindo (=

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