sábado, 15 de dezembro de 2007

É Natal...

Estamos na época Natalícia. Época de filhozes, fatias douradas (que são a minha perdição...), bolo rei e tantas outras delícias que nos enfeitam a mesa no dia 24 de Dezembro. Mas será que é só disso que o nosso Natal é feito?
Pois claro que não. Existem as prendinhas que alegram todos, principalmente os mais novos, que, ficam radiantes por terem aquela boneca que há dois anos galavam ou aquele carro telecomandado que andavam a pedir ao pai desde a 3ª classe e só agora o Pai Natal lhes fez a vontade.
É época da família toda reúnida que espera ansiosamente pela meia noite enquanto vai petiscando um ou outro doce. São as conversas á lareira, o quentinho do lar que fica mais rico, não porque é Natal, mas porque a casa está cheia de pessoas de quem gostamos.
Lembram-se de ser assim?
Eu também e tenho apenas 21 anos.
Estamos em 2007 e há uns poucos anos atrás, o Natal ainda era assim. Ainda me lembro de passar o dia 24 em casa dos meus avós maternos e de ser uma festa imensa. A família junta ria, contava anedotas, comiam-se fatias douradas, pastéis de bacalhau e tudo um pouco, porque, felizmente, não faltava comida naquela casa.
Eu esperava ansiosamente pelo Pai Natal, embora ficasse um pouco retraída sempre que tinha de ir á cozinha e passar junto da chaminé. Penso que tinha medo que o homenzinho vestido de vermelho e com um saco ás costas me caísse em cima, coisa que, obviamente nunca aconteceu.
Há meia noite recebia a barbie do cabelo comprido, que tantos natais desejei, o nenuco que faz xixi e chora que me fartei de pedir aos pais, entre outras e muitas que tiveram de ficar para o ano.
O Natal era a minha época preferida. Não pelas prendas, mas pelo encanto, pela magia que era aquela noite iluminada e branca que fazia com o que o frio não se sentisse naquela casa cheia de sentimentos positivos que me aquecia o coração.
Hoje, vejo o Natal como apenas mais um dia de mais um ano que chega ao fim. Uma época em que, as pessoas fingem ser o que não são e as crianças não valorizam o que têm, porque têm tudo. O espírito está a morrer aos poucos e é triste vê-lo ir-se.
É uma obrigação estar-se junto, ou é porque "tem de ser... é Natal" ou porque "pronto, é só uma vez no ano...". A família é um conceito cada vez mais dissociado num mundo onde as pessoas fingem ser o que não são.
Ao menos haja uma época em que as pessoas se ajudam. Pois, talvez essa seja a única vantagem do cinismo, é que, ainda que sejam atitudes vazias de realidade, alguém fica um bocadinho mais feliz. Pena que não seja o ano todo.
Ás vezes chamam-me tola, mas continuo a ter esperança no ser humano... Talvez seja essa mesma esperança que me dá garra para continuar a acreditar que um dia possa viver o mesmo Natal que um dia vivi!
Feliz Natal

2 comentários:

gaivota disse...

viva o pai natal!
minha linda, eu tenho um "pouco" mais que 21 anos... 57, já cá cantam...
e ainda acredito no "pai natal",
anda um pouco arredado, bem sei, mas há-de chegar...
fiquei muito feliz de te ler, de saber e perceber que, como eu, há quem acredite "nele", sendo assim tudo é possível, e voltarás a ter as noites de consoada, com antigamente...
só faltam 9 dias...
beijinhos e um natal feliz

Anónimo disse...

Olá!
Cá estou eu outra vez!! :)

Eu também acredito no Pai Natal, sabes quando?! Na alegria sincera dos rostos dos meus sobrinhos mais pequenos. Também eles têm medo de encontrar a figura vestida de vermelho na chaminé, assim como eu tinha!!
Só nós que temos boas lembranças dos nossos Natais é que podemos fazer a magia permanecer e criar todo este ambiente saudável em torno das pessoas que realmente amamos.Se as prendas são muitas ou não, isso não deve interferir na verdadeira celebração do que é o Natal.
FELIZ NATAL PARA TI E PARA TODOS OS TEUS
BEIJINHOS