quarta-feira, 5 de setembro de 2007

|Desabafos|

Por aqui a tua ausência doi, mas eu sei que vai passar. Tu és a ferida e ao mesmo tempo o analgésico. Eu luto para que a dor passe e tu... Tu vais-me ajudando. Vais acabar por fazer com que esmureça. Quando a ferida fechar e eu conseguir respirar de alívio, sem dor, vou saber que finalmente deixarei de te querer, de te gostar, de me magoar.
Podia ter sido mais cedo, podia nunca ter sido, podias nem ter passado pela minha vida e pouparias o que estou a sentir. Era tudo muito mais fácil.
Mas hoje eu sei que não adianta desejar que as coisas não aconteçam. Quanto mais desejamos que não aconteçam, mais acontecem. E aconteceu. Foi bom, mas agora está com um sabor amargo. Para ti, eu expirei o prazo de validade e para mim tu és mais uma pedra a juntar ao meu castelo.
Gosto demasiado de mim.

Por isso, com licença, mas primeiro estou eu.

6 comentários:

Joana disse...

quando a ferida ainda está bem aberta, vulnerável, parece-nos demasiado impossível pensar que valeu a pena. toda a gente, ou quase toda, já sentiu isso na pele. no entanto:

já tentaste tirar os pés do chão? eu já. e deu mau resultado.

(mas soube bem)

não chegará a ser assim quando já nem sinal de cicatriz à mostra?
gostei mesmo, principalmente da última frase. é preciso coragem. e eu admiro isso. :)

um pedacinho de força *

Patricia disse...

Temos de ter coragem. Podem-nos pisar mas nunca podemos deixar de gostar de nós, em momento algum... quando isso acaba estamos na fossa. Temos de lutar sempre para nunca chegarmos lá. :)



Obrigada pela força querida :)
*

Luisa Oliveira disse...

Eu acho que em determinadas situações os altos compensam os baixos. Acho que há coisas tão boas de sentir que por muito más que sejam as seguintes, nunca terão uma dimensão tão astronómica ou importante. Sim, eu também acho que vale a pena.

(Há uma altura em que a outra pessoa nos põe em primeiro lugar, e nós a ela. Quando isso deixa de acontecer, mesmo que apenas de um dos lados, cria-se um desiquilíbrio. E é aí que temos que aprender a gostar muito de nós, para nos mantermos em equilíbrio. É na altura mais difícil de todas).

^^

Anónimo disse...

"Por isso, com licença, mas primeiro estou eu."
Nunca te esqueças desta frase que escreveste, enquanto fores capaz de a dizer, terás força para continuares. Quando não a conseguires pronunciar, pede a um verdadeiro amigo para te a recordar.
Beijinhos

Patricia disse...

Luisa oliveira: o Equilibrio é sempre tão difícil de conseguir... ainda pra mais qdo nos sentimos magoados.
Mas com as vossas palavrinhas queridas o meu sorriso brilha :D

Obrigada :)
Beijinho.

Caty: Sabes, a parte positiva da mágoa é que aprendemos sempre a gostar um bocadinho mais de nós ;)
Só por isso acho que já não passa em vão...

Obrigada pelas tuas palavras querida.
Beijinho grande.

Anónimo disse...

as coisas acontecem em vida com determinado objectivo. e o que não nos mata torna-nos mais fortes. as pedras do meu castelo são mtas, mas é tudo tão relativo que hoje já nem sei de onde vieram. estás condenada a ser feliz.