sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Quando nada mais importa...

Ela sente-se sozinha, mas nada naquele momento consegue ser mais forte do que o sentimento, nem mesmo a solidão, que é enorme.
Num momento de silêncio sufocante ela olhou o retrato, as presenças, as ausências, os carinhos, o olhar e a lágrima. Não havia qualquer fotografia á sua frente, ela havia-as rasgado para tentar esquecer, mas a sua memória pregava-lhe sempre partidas e quando menos queria dava por si a lembrar-se. A revolta era grande mas não havia mesmo nada a fazer... Podia acabar com tudo o que fosse material mas jamais poderia apagar as lembranças. Sabia disso.
Naqueles momentos, em que estava tudo tão vivo dentro de si, achava-se ridícula por isso. Pensava sempre numa frase que um amigo lhe havia dito há algum tempo e que nunca esqueceu. "As pessoas que merecem as tuas lágrimas nunca te vão fazer chorar". Sim, era verdade. Ela concordava com ele. Ele tem sempre algo de verdadeiro e especial para lhe dizer, principalmente nas horas em que mais precisa. Aprecia isso. É um homem como poucos... Um homem maduro que sabe o que quer da vida, sabe aproveitar cada minuto, sabe ser um amigo verdadeiro daqueles que não dizem o que se quer ouvir mas o que se precisa ouvir e o que mais a encanta e admira é a maneira como ele encara as mulheres. É diferente de todos os homens que conhece. Para ele, o amor é algo precioso e único na vida e não tem qualquer vergonha de o assumir. Namora com uma rapariga há três anos e conquista-a um bocadinho mais a cada dia que passa. Sim, possui defeitos. Quem os não tem? Mas é, uma pessoa encantadora que ela gosta muito. Ás vezes dá por si a pensar que podia ter-se apaixonado por ele, antes de a tal rapariga ter aparecido, na altura em que ele sentia uma paixãozinha por ela. Mas o coração tem destas coisas e não quis. Ninguém manda. Ao invés disso, estava agora ali, sentada no chão do seu quarto a pedir ás estrelas que a ajudassem a esquecer aquele que o seu coração escolheu mas que, não merece as suas lágrimas, porque a está a fazer chorar.
O que mais queria naquele momento era o ombro dele, a pele dele junto á sua, a sua presença... ainda que ausente. Ali, na solidão daquele quarto, onde só as paredes ouviam os seus ais, ela podia confessar que mais nada interessava.
Nesta noite, só o queria a ele.

4 comentários:

Anónimo disse...

A dor é assim mesmo, custa a passar. Queremos esquecer e somos traídos por pensamentos que não queremos ter e que nem merecem ser lembrados. Queremos apagar tudo o que nos faz lembrar quem não queremos e ao mesmo tempo sentimos uma necessidade estúpida do seu tocar, do seu perfume, do seu aconchego.
Mas um dia passa. E a vida continua.
E é nisso que tens que acreditar.
Beijos

Patricia disse...

Caty tu tens sempre palavras tão verdadeiras e tão queridas! :)

Olha, adicionei-te no meu msn qdo me deste o teu email pelo hi5, mas nunca t vejo online...
Apareceu alguma coisa?

Beijinhoooo grande*

Luisa Oliveira disse...

Noites inteiras a só querer uma pessoa.

Muito bonito :)

Hugo da Graça Pereira disse...

Sabes o que te digo: os antigos até que não eram estúpidos...por algum motivo a palavra paixão deriva da antiga palavra para sofrimento...